«Há pessoas que nos invadem a vida, consomem a energia, e deixam uma sensação de vazio enorme»
Todos conhecemos alguém que se deixou envolver numa relação vampirizada. Sejamos nós mesmos as vitimas ou não, é extraordinariamente fácil acontecer a qualquer um. Na verdade, quem é que resiste ao amor de um sedutor dependente, quem fica insensível perante um amigo deprimido, ou quem é capaz de se "revoltar" contra um chefe ou um colega de trabalho mais carismático? Muitos poucos têm consciência de que, sob esta aparência de força ou fragilidade, existe alguém capaz de manipular as emoções, de sugar a energia e de dar muito pouco em troca.
RETRATO DO VAMPIRO
O que torna as coisas ainda piores para as vítimas destes vampiros modernos, que, subtilmente, se impõem e apropriam do outro, é que têm mil caras e são, quase sempre irresistíveis. Pode ser o clássico sedutor, o frágil e dependente, ou o autoritário, mas todos têm uma aura envolvente que atrai irremediavelmente.
Entre amigos, por exemplo, o vampiro mais frequente é aquele que vive afundado em problemas, precisando constantemente que lhe levantem o moral. Ajudar os amigos a resolver os seus pequenos e grandes dramas existenciais é sinal de amizade, e só um coração de pedra resiste a fazê-lo, mas... cuidado! Ajudar é um coisa, ficar preso ao amigo, ou deixar-se consumir por ele, é outra completamente diferente.
Os sinais exteriores estas pessoas, que têm tendência para vampirizar os amigos, passam por uma dependência do telefone, do contacto diário ou das mensagens escritas (numa versão mais actual), e por um grau de exigência acima dos limites de quem dá. Por outras palavras, o vampiro nunca está satisfeito, nunca se sente completamente bem, e a vitima vai ficando cada vez mais exausta e despojada de forças para ajudar. E o mesmo pode acontecer nas relações amorosas, familiares ou profissionais.AS VÍTIMAS POTENCIAIS
Todos somos vítimas potenciais deste tipo de pessoas, na medida em que elas sabem, como ninguém, manipular os sentimentos dos outros, funcionando quase sempre num esquema de culpabilização. Ou seja, os vampiros não só fazem os outros sentirem-se culpados pelo seu sofrimento, como pela necessidade permanente de apoio e ombro. Deixam a sensação de que sofrem ainda mais porque não estão a ser convenientemente ajudados, e nada lhes basta. Exigem muito e dão pouco em troca.
Acontece que toda a relação humana assenta no princípio de "dar e receber" e não é possível crescer de forma saudável ao lado, ou muito perto, de pessoas que recebem mas não dão nada em troca.
Entre marido e mulher, namorados, amigos, familiares, ou colegas de trabalho, não devem existir laços predatórios. Cada um representa uma experiência de vida e uma fonte de ideias e afectos e é assim que todas as relações deviam ser vividas: num troca permanente de tempo, atenção e energia.
Infelizmente, sabemos todos que nem sempre é possível o equilíbrio nas relações com os outros, e que na maior parte do casos uma das partes sente-se em déficite de atenção e amor.
COMO IDENTIFICAR
Cabe aqui sublinhar que falamos de vampiros entre aspas, como personificação de um conjunto dado de comportamentos desequilibrado e desequilibrantes, que se traduzem num excesso de exigência perante os outros e num instinto manipulador dos afectos. Podemos dizer que estamos sob efeito do charme deste tipo de pessoas quando realizamos que a relação que nos traz mais sofrimento do que prazer. Quando damos tudo o que temos (e não temos) e pouco recebemos em troca. À força de dar, a vitima sente-se consumida, esvaziada de sentimentos e forças, começando a interrogar-se sobre as suas verdadeiras capacidades. Sente-se quase sempre culpada, e não identifica logo que o problema não está em si, mas no outro. Naquele que o vampiriza. O problema é que os vampiros podem ser pessoas muito gentis ou muito frágeis, dependentes, e por isso é muito difícil resistir-lhes. Ainda por cima funcionam num esquema permanente de culpabilização do outro e, aparentemente, são eles as vitimas.
O namorado rejeitado que inunda a namorada de flores, livros e presentes, e diz que a ama e que não pode viver sem ela, é uma variante do padrão de comportamento dos chamados vampiros; o amigo a quem ajudamos uma, outra e mais outra vez, e nos exige uma disponibilidade permanente, é mais uma variante; o colega de trabalho a quem fazemos o favor de substituir nas tarefas, porque nos pede sempre com ar Tao delicado e amigo, é ainda, outra variante, e por ai fora. Na verdade, aqueles que se deixam abusar por este tipo de pessoas podem afundar-se em graves crises de apatia ou depressão,e sentem-se sempre muito pouco seguras de si. A baixa auto-estima, aliás, contribui em larga escala para ficar à sua mercê.O QUE FAZER
Dizem os especialistas em comportamento que ninguém nasce com tendência para abusar os outros, para vampirizar as relações. Não é um traço de carácter, ou uma questão de personalidade, mas uma falha de educação. Como contrariar, então, este tipo de tendência? É importante saber que todos os vampiros tiveram na família um tirano, alguém que exigia muito e reconhecia pouco. E como fatalmente os modelos parentais se reproduzem com extrema facilidade, quem cresceu à sombra de um tirano, de alguém que nunca está contente, que exige, castiga e impõe, acaba por fazer o mesmo aos outros. Claro que a atenuante é que o fazem sem ter consciência, mas ao fazê-lo perpetuam um modelo de sofrimento próprio e dos que estão à sua volta.
Os vampiros reproduzem os abusos que sofreram e, inconscientemente, vingam-se ou protegem-se. A dificuldade maior para quem está sob efeito é saber como calibrar a relação, e como deixar de ser a eterna vitima.
O antídoto, dizem os mesmos especialistas, consiste em ficar permanentemente alerta às necessidades de amor e atenção próprias, e não atender exclusivamente às do alegado vampiro. Não interessa ficar a acusá-lo, tentar que ele perceba que é uma espécie de vampiro na relação, pois jamais conseguirá sentir-se assim. Não identifica, não percebe e rejeita liminarmente a acusação. Assim sendo, a medida de protecção passa por ganhar distância em relação a estas pessoas ( não necessariamente um distância física mas um recuo emocional, uma atitude interior que possa funcionar como escudo protector) e impor limites a si mesmo. Ousar dizer não às exigências crescentes do outro. Ser firme, mas não autoritário o agressivo.
Claro que nada disto é fácil, mas, com tempo, e em casos mais agudos, com a ajuda exterior de especialistas em comportamento, é possível chegar a um ponto de equilíbrio e neutralizar grande parte do sofrimento. Muitas pessoas precisam de fazer psicoterapia ou psicanálise, alguns podem demorar anos a recuperar, mas vale a pena o investimento. Não se vive bem sem o amor dos outros, mas ninguém sobrevive sem amor-próprio! (ideias xis - Laurinda Alves)
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Relações Vampirizadas
Postado por Star Gazer Lily às 14:37
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1 comentários:
Tudo dito minha cara amiga...
=)
adoro tuuu assim assim assim mtooo
este texto faz me lembrr alguem :s
''TARARARANNNNN'' AHAHHA
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